domingo, 1 de agosto de 2010

Prêmio Incentivo à Produção de Números Circenses

Intercâmbio de aprofundamento da dramaturgia dos palhaços

com Richard Riguetti (Grupo Off-Sina, RJ)

Edital 22/2009 - SECULT/ES



A Companhia Circo Teatro Capixaba pesquisa a linguagem do palhaço e do circo-teatro de rua desde a sua criação em 2002. Já criamos, montamos e apresentamos diversos espetáculos em busca de criar o nosso próprio estilo, estabelecer metodologias de pesquisa e criação, disciplinar o trabalho em grupo, rotina diária de trabalho.

Percebemos a grande importância no intercâmbio com outros artistas e grupos que tem o mesmo ideal que nós. É através da troca de informações e conhecimentos que conseguimos desenvolver e aprimorar o nosso trabalho.

Foi com esse objetivo que criamos o projeto “E o palhaço, o que é?”, com o intuito de aprofundar nosso conhecimento da linguagem do palhaço, com a parceria com Richard Riguetti.

Recebemos Richard em Patrimônio da Penha. Ele ficou hospedado ao lado de nossa casa, na Hospedagem Ipê. Servimos café da manhã juntos, e almoço e janta eram feitos na Pousada Recanto das Pedras. Foram quatro dias de intenso trabalho. Muita conversa mais muito mais prática. Nosso encontro era realizado no Salão Comunitário, das 8h às 12h, das 14h às 18h, além de sessões de vídeo a noite.


Conforme tínhamos proposto ao Richard, gostaríamos de aprofundar a pesquisa individual sobre o palhaço de cada um, entendendo mais sobre o tipo de palhaço de cada um, podemos entender melhor também a complexidade do jogo do palhaço, para assim fortalecer os jogos em duplas, e agora em trio, com nosso parceiro Flavinho do Caparaó. Richard pode passar as varias técnicas contidas na linguagem do palhaço brasileiro: corpo, voz, construção do personagem, figurino, maquiagem, dramaturgia e encenação.

A metodologia criada e aperfeiçoada por Richard durante esses 21 anos de Grupo Off-Sina sobre a dramaturgia do palhaço é bem clara e definida. A mente pode até entender tudo isso com uma certa facilidade, mas precisamos praticar muito até que todo o nosso corpo também entenda. A conexão mente e corpo tem que estar ligada e afinada, para não deixarmos o momento para trás. Percebemos como é importante a concentração antes de entrar em cena, e como o simples ato de respirarmos juntos unifica o trabalho em grupo. A importância da generosidade no jogo, você recebe a bola, faz seu passe, e lança pra frente, esperando uma resposta de seu companheiro de cena. Controlar a ansiedade, e não ter pressa, deixar as coisas acontecerem, mas estar atento para não perder o momento da graça, o riso cômico. Entrar no jogo para “morrer”, sua primeira inspiração quando entrar em cena, e último suspiro na hora de sair. Aceitar a proposta do companheiro, mesmo que você tenha que levar 10 tapas na cara. Aceitar seu ridículo, e assumir isso frente à toda platéia, se expor.

Richard é extremamente generoso, e percebemos isso muito claro no ‘Café Pequeno’. No último dia nós realizamos uma apresentação na escola municipal da vila, e à tarde, na praça foi a vez do ‘Café Pequeno’.

Realizamos 5 apresentações de acordo com o que foi proposto no projeto contemplado pelo edital 022/2009. Todas as apresentações foram gratuitas para o público, mas como forma de valorizar o teatro de rua, nós “passamos o chapéu” no dia da Festa da Penha, no Encontro de Palhaços em Mariana e no Encontro da RBTR em Canoas. Quando apresentamos em escolas, nós não passamos o chapéu, e também não cobramos nenhum tipo de contrapartida. No dia da apresentação da praça de Patrimônio da Penha, foi um momento de grande confraternização entre a Companhia Circo Teatro Capixaba e a comunidade que nos recebeu de braços abertos desde nossa mudança para cá em dezembro de 2009, não passamos o chapéu, e ainda distribuímos amendoim torrado e pipoca.

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